No mundo atual, em que as empresas buscam a transformação digital por meio da nuvem, uma abordagem estruturada é essencial para garantir uma migração e operação bem-sucedidas. Dessa forma, o Azure, oferece uma solução robusta chamada Landing Zones, projetada para ajudar as organizações a começarem suas jornadas na nuvem com uma base bem arquitetada.
Hoje a ideia é exploraremos um pouco o conceito de Landing Zones no Azure, suas principais características e como elas podem ser usadas para estabelecer um ambiente seguro, escalável e eficiente na nuvem. Vamos entender o que são, seus componentes principais, a importância delas no contexto de governança e como podem ser adaptadas às necessidades de diferentes organizações.
O que são Landing Zones?
As Landing Zones são ambientes pré-configurados no Azure que fornecem uma base segura e escalável para a migração de cargas de trabalho para a nuvem ou para o desenvolvimento de novas aplicações nativas na nuvem. Elas funcionam como um ponto de partida estruturado, onde todos os aspectos essenciais de uma implementação de nuvem — como rede, identidade, segurança e governança — são considerados e configurados antecipadamente.
Essencialmente, as Landing Zones garantem que uma organização comece sua jornada na nuvem com os componentes críticos já implementados, evitando armadilhas comuns como a falta de governança, problemas de segurança ou uma arquitetura que não escale adequadamente.
A importância das Landing Zones no Azure
A adoção de Landing Zones é uma prática recomendada por muitos especialistas em nuvem porque ajuda as organizações a configurarem seus ambientes de maneira mais segura e eficiente.
As principais razões para implementar Landing Zones no Azure incluem:
- Governança e Compliance: As Landing Zones permitem que as organizações estabeleçam controles de governança desde o início. Isso é crucial para garantir a conformidade com regulamentos de segurança e políticas internas da empresa, especialmente em setores como finanças e saúde, onde há regulamentações rígidas;
- Escalabilidade e Agilidade: A arquitetura modular das Landing Zones permite que os ambientes sejam facilmente escalados conforme as necessidades da organização crescem. Isso ajuda as equipes de tecnologia a responder rapidamente a novas demandas, como o aumento do volume de dados ou a adição de novas funcionalidades aos serviços;
- Segurança Fortalecida: As Landing Zones garantem que os princípios de segurança estejam integrados desde a concepção, com políticas claras de controle de acesso, gerenciamento de identidade e proteção de dados;
- Automação e Eficiência Operacional: Por meio da automação, as Landing Zones eliminam grande parte do trabalho manual envolvido na configuração inicial de ambientes em nuvem. Isso resulta em menos erros, mais consistência e maior eficiência.
Componentes Principais das Landing Zones no Azure
Ao construir uma Landing Zone no Azure, é importante considerar os principais blocos de construção que compõem essa arquitetura. Estes componentes incluem:
Gerenciamento de Identidade e Acesso (IAM)
Uma das primeiras preocupações ao migrar para a nuvem é garantir que apenas as pessoas e sistemas autorizados tenham acesso aos recursos. No Azure, o Microsoft Entra (antigo Azure Active Directory, ou AAD) é o serviço de identidade central. As Landing Zones já vêm pré-configuradas com boas práticas de IAM, como a aplicação do princípio do menor privilégio e o uso de autenticação multifator (MFA).
Rede e Conectividade
A rede em uma Landing Zone é configurada para garantir conectividade segura entre recursos na nuvem e sistemas locais (on-premises), se necessário. Recursos como Azure Virtual Network (VNet), gateways de VPN e ExpressRoute são frequentemente implementados para facilitar essa conectividade.
Gerenciamento de Recursos e Governança
Para garantir uma governança eficaz, as Landing Zones utilizam ferramentas como o Azure Policy e o Azure Blueprints, que permitem definir e aplicar regras e políticas de segurança e conformidade em toda a infraestrutura. Isso ajuda a manter a consistência e o controle sobre os recursos, evitando configurações erradas ou fora do padrão.
Segurança e Compliance
A segurança é um componente essencial em qualquer Landing Zone. O Azure Security Center (Ou também o Microsoft Defender for Cloud) é um dos serviços usados para monitorar e proteger os ambientes. Além disso, soluções como o Azure Key Vault são usadas para gerenciar segredos, chaves e certificados de maneira segura.
Monitoramento e Auditoria
A visibilidade é fundamental para a operação contínua na nuvem. Serviços como o Azure Monitor, Log Analytics e Azure Sentinel são frequentemente incluídos nas Landing Zones para fornecer insights detalhados sobre a operação, desempenho e possíveis ameaças de segurança.
Gerenciamento de Custos
As Landing Zones também incluem ferramentas para monitorar e otimizar os custos, como o Azure Cost Management. Isso é importante para evitar surpresas com faturas inesperadas e garantir que a organização esteja utilizando seus recursos de maneira eficiente.
Tipos de Landing Zones
As Landing Zones podem ser adaptadas de acordo com as necessidades específicas da organização. Existem diferentes tipos de Landing Zones, dependendo do estágio de adoção da nuvem e do tipo de carga de trabalho que será executado. Alguns exemplos incluem:
- Landing Zones para Múltiplas Contas: Adequada para grandes organizações com várias equipes ou departamentos, onde há a necessidade de isolar cargas de trabalho, gerenciar diferentes políticas de segurança e compartilhar recursos de maneira controlada;
- Landing Zones para Aplicações Nativas em Nuvem: Para organizações que desenvolvem aplicações diretamente na nuvem, essas Landing Zones são projetadas para suportar metodologias ágeis e DevOps, com foco em automação e escalabilidade;
- Landing Zones para Migração de Cargas de Trabalho: Essas são voltadas para empresas que estão migrando seus sistemas legados para o Azure. Elas são configuradas para garantir a integração com sistemas locais e a coexistência de ambientes híbridos durante a transição.
Implementando Landing Zones com o Azure
Para simplificar a implementação de Landing Zones, a Microsoft oferece o Azure Landing Zone Accelerator, que fornece modelos e diretrizes para configurar ambientes prontos para produção no Azure. Ele inclui templates de infraestrutura como código (IaC), que podem ser usados para automatizar a criação de todos os componentes necessários.
Os passos básicos para implementar uma Landing Zone incluem:
- Definição de Requisitos: Compreender as necessidades da organização, incluindo requisitos de segurança, conformidade, conectividade e governança;
- Escolha do Tipo de Landing Zone: Selecionar o modelo de Landing Zone mais adequado com base nas cargas de trabalho e no estágio de adoção da nuvem;
- Automação com IaC: Utilizar ferramentas como Azure Resource Manager (ARM) templates, Terraform ou Bicep para automatizar a criação dos recursos da Landing Zone;
- Monitoramento e Melhoria Contínua: Após a implementação, o ambiente deve ser monitorado constantemente para garantir que esteja funcionando conforme o esperado e adaptado conforme as necessidades da organização evoluem.
Conclusão
As Landing Zones no Microsoft Azure são uma solução poderosa para ajudar as organizações a começarem sua jornada na nuvem com segurança, governança e escalabilidade. Elas oferecem uma base sólida e pré-configurada que permite às empresas se concentrarem em suas aplicações e dados, sem se preocupar com detalhes de configuração complexos e, muitas vezes, confusos.
Ao adotar Landing Zones, as empresas podem garantir uma transição mais tranquila para a nuvem, aproveitando as melhores práticas recomendadas pela Microsoft para segurança, gestão de custos, governança e eficiência operacional. Para equipes que estão iniciando sua jornada na nuvem, as Landing Zones oferecem o caminho ideal para construir um ambiente robusto e sustentável no Azure.
Você também pode ver mais informações sobre as Landing Zones diretamente no site da Microsoft https://learn.microsoft.com/en-us/azure/cloud-adoption-framework/ready/landing-zone/.