Como Organizar Um Time de Alta Performance — parte 2


Na busca incessante pela excelência operacional, há uma questão que ecoa diariamente na cabeça de líderes: Qual é o número ideal de pessoas para um time? Qual é o número mágico que resolverá os meus problemas enquanto a empresa cresce ? A resposta está em uma tríade estratégica: o tamanho otimizado da equipe, um gerenciamento de capacidade impecável e um profundo domínio sobre a complexidade dos desafios enfrentados. Esses elementos, quando harmonizados, criam o cenário perfeito para o surgimento de equipes de alta performance. Mas qual é o segredo para alcançar essa harmonia? Neste artigo, proemto não apenas explorar cada aspecto dessa tríade, mas também revelar como eles se entrelaçam para formar a espinha dorsal de times de alta performance.

O tamanho do time

Há muita discussão sobre o tema, até hoje, ninguém tem a receita de bolo. No livro Team Topologies, é citado uma forma de estrutura denominada “golden-team”, um time de 10 pessoas que executam sendo gerenciados por apenas uma pessoa.

Na empre Spotify, temos o famoso The Spotifty Model, onde a abordagem enfatiza a autonomia, a comunicação e a colaboração entre pequenas equipes chamadas Squads, organizadas em Tribes para promover a alinhamento estratégico. Este modelo também introduz os conceitos de Chapters e Guilds, que atravessam as Tribes para fomentar o compartilhamento de conhecimento e melhores práticas em áreas de especialização específicas.

Na empresa Amazon, encontramos o 2 Pizzas size team, é uma estratégia de gestão de equipe que fomenta a formação de grupos pequenos o suficiente para serem alimentados com apenas duas pizzas, visando promover a agilidade, a eficiência e a inovação.

No livro Designing Organisations: Why it matters and ways to do it well, de Naomi Stanford, ela sugere que o grande problema de empresas que crescem rápido é a falta de comunicação entre as áreas, seguindo esse raciocínio, ela trás a provocação do número de dunbar, onde:

  • Time de 5 pessoas, cria-se relacionamentos pessoais e memórias
  • Time de 15 pessoas transmite grande confiança entre seus membros
  • Time de 50 pessoas transmitem confiança mútua entre seus membros
  • Time de 150 pessoas … quem é você mesmo?

Na minha vivência, quando tive a oportunidade de gerênciar pessoas, minha organização consistia em:

  • 2 equipes de 4 engenheiros que executavam as demandas
  • 1 arquiteto, no qual suportava as dúvidas técnicas dos 8 engenheiros, responsável por refinar atividades técnicas e executar junto com os arquitetos
  • 2 líderes diretos que faziam o gerenciamento direto de seus engenheiros
  • 1 technical-project-manager, que tinha a responsabilidade de manter os ritos de metodologias no dia a dia

No fim, descobri que o tamanho da equipe era apenas um detalhe, no qual refletia numa solução final. Uma equipe bem definida, com suas responsabildades bem definidas e modelos de trabalho ja é um grande passo para criar uma equipe de alta performance.

Entendendo o tamanho do problema

Como você vai prometer algo se você não sabe se seu time irá atender? Você talvez nunca terá essa resposta, mas, conseguirá perceber os sinais e usar ferramentas que podem te auxiliar no julgamento e decisão final de sua estratégia.

Entrevistas de 1–1

Quando comecei a ler sobre feedbacks 1–1 usei duas fontes incríveis como o livro A Arte da Gestão de Camille Fournier e Elegant Puzzle de Will Larson e aprendi que não há maneira melhor de passar a sua visão como gestor e garantir que seu liderado entendeu do que uma reunião entre vocês dois, por isso, feedbacks 1–1 devem ser incorporado como rotina de acompanhamento e com frequências altas como, 15 minutos a cada 7 ou 15 dias. Outra lição importante que aprendi foi que feedbacks 1–1 não é uma reunião sobre cobrança de status, e sim para acompanhar o desenvolvimento de carreira do seu lidero e orienta-lo a seguir os caminhos que a empresa está indo. Além disso, 1–1’s também é uma forma simples e objetiva de você conhecer seu funcionário e tornar seu relacionamento com ele mais humano.

Dinâmicas

Reuniões de restrospectivas se tornaram o melhor tipo de reunião que eu gostava de participar. Lá, antes de conversarmos sobre a sprint, sempre faziamos uma dinâmica de quebra-gelo para conhecer melhor os companheiros, e nesse momento você consegue conhecer seu funcionário como essência de ser humano e aprende muito sobre suas vivências, como ele vê o mundo, se ele é uma pessoa introvertida, extrovertida e etc. Perguntas como “Se você fosse morar em outro lugar, qual seria?” ou “Qual habilidades você já desenvolveu e ninguém sabe?”, fizeram com que o time descobrisse que um dos nossos engenheiros tinha um sonho de morar na grécia por gostar dos filósofos de lá, enquanto outro já havia se dedicado a explorar o interior da Argentina para prestar trabalho voluntário em um lár de terceira idade.

Advinha quem eu comecei a colocar para discussões de arquitetura e quem participou do comitê de treinamentos e boas práticas?

Gamification e Mural de reconhecimento

Uma das formas de entender a capacidade de entrega do seu time seria criando ambiente gamification interno, garantindo ou um reconhecimento ou benefícios/méritos pelo o que o seu funcionário alcançou. Fazendo isso, promovendo esse ambiente de aprendizado, além de garantir um controle de capacidade técnica que seu time tem.

Deixei um registro de quando participei da criação desse tipo de reconhecimento na empresa Auto Avaliar. Lá, usavamos bottoms como forma de reconhecimento para os funcionários que provavam eficiência nas trilhas que desenvolvemos.

Entendendo a complexidade dos problemas

A complexidade do domínio refere-se à compreensão e ao gerenciamento dos desafios e variáveis dentro do ambiente e dos objetivos do seu time. Esta abordagem enfatiza a importância de alinhar a estrutura das equipes com a complexidade das tarefas e do domínio de atuação, promovendo a especialização e a colaboração focada para superar obstáculos e alcançar a excelência. Definir como cada time irá atuar em cada tópico de complexidade e adaptar-se à complexidade de cada problema da empresa, pode melhorar a eficácia da entrega, inovação e resposta às mudanças do mercado de forma ágil e sustentável. Com gestor, você deve saber quais os tipos de batalha seu time é capaz de vencer e todos os tópicos anteriores apresentam ferramentas que você pode e deve utilizar nesse processo de mapeamento.

Imagem retirada do livro Team Topologies, onde os autores trazem a provocação de que o mais saudável seria ter vários times separados atuando em cada complexidade do sistema, ao invés de um time só atuando em tudo.

Para que o texto não fique extenso, vou encerrar as provocações por aqui e continuar em breve nas próximas publicações, fiquem atentos!

Qualquer dúvida que você tenha para inserir esse processo de gerenciamento de time, entrem em contato conosco ❤️ou pelo email contato@tbxtech.com.br !